enviar ou não enviar?
Procura-se pessoa que me oiça e não faça perguntas.
Passaram-se segundos e estava inquieta e só.
No meio dos pensamentos sobre nada, começei a equacionar a hipotse de me ir embora, pensei e anotei mentalmente prós e contras. A meio da realização da lista levantei-me depressa, agarrei na mala e saí pela porta como se mais nada interessa-se, num acto espontâneo.
Passei pelo portão e vi-a. Não olhei para ela, mas ela olhou para mim, com a diferença de não ser recíproco.
Senti na pele, todos os pensamentos que lhe passaram pela cabeça, todas as vontades que tudo fosse diferente e que eu não existisse. Senti, tal como um raio-x, o choque de todas as pragas que me rogou.
Continuou a fumar o seu cigarro, e eu afastei-me cada vez mais, sempre na direcção oposta e de costas. Ficou aliviada por eu estar sozinha, por eu sofrer sozinha. Mas afinal, o que interessa?
Sentei-me numas escadas ao ar livre, com vista para um nada vazio.
Pensei em nada e foquei o olhar simultaneamente em nada. Dediquei-me só a respirar, e fazê-lo como deve de ser.
A minha barriga fez barulho e estragou o silêncio que me acompanhava como banda sonora! Só por vingança contrariei-a: deixei-me ficar só porque sim. Tal como eu, ela tinha que sofrer para saber que não era tudo como ela queria e quando queria.
Estava bem ciente do que valia, não precisava de ninguém que mo dissesse. Sabia que não havia ninguém como eu, e que, não era o facto de tirar melhores ou piores notas que iria mudar. Errei. Admito.
Não o devia ter feito ou por outro lado devia ter feito mais e melhor, mas havia ali alguma coisa que soava a estranho, havia algo por trás. Sentia-o.
Olhei para o tempo e dava a minha vida para aumentar a velocidade do relógio. Queria e precisava de sair daquele quadrado claustrofóbico. Precisava de respirar um oxigénio para mim e não aquele partilhado por todos e expirado e inspirado milhões de vezes ao quadrado.
Fiz o 10 e mal. Tocou. Saí.
Sentei-me ali, e olhei para a janela.
Apetecia-me chorar e gritar, bem alto. E fi-lo. Perguntaram-me se estava bem, duas desconhecidas dos meus sentimentos ou duas conhecidas da minha vista, tanto faz. Disse que sim. Dizer que sim é mais fácil do que dizer que não, porque depois há uma segunda pergunta, o porquê, e isso dá realmente muito trabalho a explicar.
Agarrei na mala e esfreguei os olhos: tinha a cara encharcada.
Bebi uma lágrima que escorreu até ao lábio superior. Sabia a sangue. Doeu ao passar na garganta. Ardia como ácido mas não tinha sabor.
À minha volta um remoinho de sons, todos eles misturados que davam um bem mais forte e extremamente alto: acelarei o passo.
Entrei no recinto e fui bombardeada por perguntas de novo. Desisti.
Quão mau é estar a chover torrencialmente em cima de mim e eu não sentir?

lutar
(latim luctor, -ari, lutar, combater, esforçar-se por)

v. tr. e intr.1. Travar luta. = combater, pelejar
2. Esforçar-se, empenhar-se.
3. Opor-se a; oferecer resistência a. = resistir
4. Trabalhar com afinco.
5. Questionar, discutir.

amor
(latim amor, -oris)

s. m.1. Sentimento que induz a aproximar, a proteger ou a conservar a pessoa pela qual se sente afeição ou atracção!atração; grande afeição ou afinidade forte por outra pessoa (ex.: amor filial, amor materno). = afecto!afeto ≠ ódio, repulsa
2. Sentimento intenso de atracção!atração entre duas pessoas. = paixão
3. Ligação afectiva!afetiva com outrem, incluindo geralmente também uma ligação de cariz sexual
Podes ver tudo, podes me ver sem roupa, podes me ver vestida de preto, de branco, às cores, às ricas ou até aos quadrados, se nunca vires o meu olhar, nunca saberás nada sobre mim.
Eu não escrevo para alguém, mas também não escrevo para ninguém, deve-se estabelecer o um meio-termo.
O silêncio escuta-me, na infinidade do seu significado, e eu, parva, até gosto dele.
Os sons alheios a isso perdem a importância, e ficamos sós.
Temos conversas de amigos e gostamos muito um do outro. Às vezes chego a querer abraçá-lo, mas ele responde-me que é melhor não, depois iria ser pior... iria sentir saudades e querer de novo, e todos sabemos, que as coisas boas da vida, só acontecem uma vez.
letras ou números? letras
já cabulaste? sim
és sonâmbulo(a)? sim
tens "remoinhos" no cabelo? sim
onde escondes os teus medos? no coração
um refúgio? cama
perdoas facilmente? não
amas profundamente? muito
chateias-te com facilidade? sim
confias em muitas pessoas? não
sabes dizer quando estás certa ou errada? sei
falas sozinha? sim
tens crises de riso? sim
tens ciúmes? sim
és depresiva? sim
és carente? sim
acordas sempre de bom humor? não
dia ou noite? noite
sol ou chuva? chuva
verão ou inverno? inverno
doce ou salgado? doce
música ou silêncio? música e silêncio
ris de quase tudo? só das (outras) pessoas
abalas-te facilmente? sim
aprendes rápido? sim
apegas-te facilmente às pessoas? sim
acreditar ou desconfiar ? acreditar
frio ou calor? frio
álcool ou droga? álcool
uma bebida? água
um momento? 21 de julho
um sentimento? compreensão
uma desilusão? pessoas
odiar ou amar ? amar
preto ou branco ? preto
bonito ou feio ? bonito
bom ou mau ? bom
sim ou não ? sim






"Compreendê-lo tentei, e em vão o fiz, pois nunca consegui advinhar, o profundo desse olhar, que, sendo mudo, tanta coisa diz.
Responde meu amor: quando sorris, se o brilho dos teus olhos aumentar, não será ilusão acreditar que te julgas, então muito feliz?
Quando, porém, perder essa meiguice, que lhe é habitual, será tolice?
Supor-te aborrecida é descontente?
É nisto, amor que tu me ves cismar, pois francamente, chego a recear que esse mistério viva eternamente."