Dizem que não fazer nada cansa e ao não fazer esse mesmo 'nada' parece que o tempo não passa.
Nos dias úteis, isto é, segunda, terça, quarta, quinta e sexta, parece que o raio da quarta-feira (dia em que só tenho metade das aulas) não chega, por sua vez quando chega quinta, parece que ainda falta uma eternidade para chegar a sábado.
Por outro lado, quando chega sábado, passados uns miseráveis segundos, a segunda já chegou.
A verdadeira questão é:
Sou eu que sou muito atabalhoada no que se refere ao tempo, ou fazer 'nada' afinal faz com que o tempo passe mais rápido? Vendo bem as coisas por este prisma, o facto de o tempo dos dias úteis demorar a passar quer dizer que, de facto, eu faço alguma coisa.
Amanhã apetecia-me acordar com muita energia, vestir uma saia linda, despentear o cabelo e voar.
Em oposição a isso, vou acordar sem vontade de sair da cama quentinha, vestir a primeira coisa que me aparecer à frente, que quase que ponho as minhas mãos no fogo, em como vai ser umas calças de ganga e uma camisola de malha cumprida, preocupar-me se o cabelo está bem penteado e reparar, pela milésima vez, que nunca irei sair do chão.
Enfim, um aterefado de problemas de adolescente.
"Sempre gostei de salas de autópsias. São brancas, frias e impessoais, tal como eu gostaria de ser. Não que gostasse de ser uma sala. A perspectiva de ter pessoas e entrar, caminhar e fazer coisas dentro de mim é assustadora.
O espaço pessoal é algo a respeitar"
Unknown