Sentei-me ali, e olhei para a janela.
Apetecia-me chorar e gritar, bem alto. E fi-lo. Perguntaram-me se estava bem, duas desconhecidas dos meus sentimentos ou duas conhecidas da minha vista, tanto faz. Disse que sim. Dizer que sim é mais fácil do que dizer que não, porque depois há uma segunda pergunta, o porquê, e isso dá realmente muito trabalho a explicar.
Agarrei na mala e esfreguei os olhos: tinha a cara encharcada.
Bebi uma lágrima que escorreu até ao lábio superior. Sabia a sangue. Doeu ao passar na garganta. Ardia como ácido mas não tinha sabor.
À minha volta um remoinho de sons, todos eles misturados que davam um bem mais forte e extremamente alto: acelarei o passo.
Entrei no recinto e fui bombardeada por perguntas de novo. Desisti.

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